FUTEBOL DE CARICAS (CHAPAS) SE EXPANDE EM PORTUGAL
Desde os anos 60 que há registos de jogos de futebol com caricas, mas a nível amador, com jogos feitos na rua, sobretudo por crianças. Na década de 80 e 90, com as caricas de alguns refrigerantes famosos a personalizarem as mesmas com as caras de jogadores de futebol, aumentou o interesse das pessoas.
Desde os tempos dos nossos pais, que foi inventado o futebol de caricas, antes com outro nome, mas com a mesma essência. A designação atual começou em Coimbra, mas, hoje em dia, está espalhada um pouco por todo o país. Incluindo em Espinho, depois de ser criada uma organização em 2019, que acabou por ser suspensa com os dois anos de pandemia. “Numa reportagem da SIC, vi o Olivais Futebol Clube a representar o futebol de caricas e a modalidade em si. Fui pesquisar e entrei contacto com o André Xavier, que é o jogador e presidente do Olivais Futebol Clube e ele mostrou-me a modalidade” conta Pedro Sousa, o presidente do Futebol de Caricas de Espinho.
A ideia de organizar um clube de futebol de caricas em Espinho partiu do significado especial do convívio e do reviver da infância. O clube espinhense conta, neste momento, com três jogadores, o próprio Pedro Sousa, a sua namorada Sara Oliveira e Sérgio Alcobia. “Eu, na altura em que era pequeno, também jogava, não desta forma, era mais uma brincadeira com caricas que encontrávamos no chão e juntávamo-nos todos com uma bola pelo meio”, recorda o responsável. O entusiasta relata os primórdios deste jogo, que era um pouco diferente da atualidade, já que se tratava sobretudo de um passatempo. Nos dias atuais, declara, “É competitivo, mas é como se estivéssemos a jogar em família”.
À semelhança do futebol de onze, o futebol de caricas precisa de 11 jogadores, neste caso dez caricas para cada equipa e o guarda-redes, que é uma rolha branca mais alta, preenchida com plasticina. É um desporto mais livre, onde não existem árbitros. “Na final [da competição], há sempre árbitros, mas como há pouca rivalidade neste desporto não dá para ter árbitros para todos os jogos, pois acontecem muitos ao mesmo tempo”, afirma Pedro.
Reprodução: www.defesaespinho.sapo.pt
Foto: Sara Ferreira
Nota: Recentemente, houve uma tentativa infrutífera de organizar a modalidade Chapas dentro de uma única entidade internacional que englobasse espanhois e sul-americanos. Estes últimos passaram a fazer parte da International Table Football Confederation (ITFC) juntamente com as modalidades Bola 12 Toques e Sectorball, sendo que a Confederação Brasileira de Futebol de Mesa (CBFM) faz parte da ITFC e prática a modalidade Chapas dentro das regras estabelecidas por aquela entidade. Os portugueses, por sua vez, acompanham seus vizinhos espanhóis.
José Carlos Cavalheiro | Diretor de Comunicação | FEFUMERJ