FLUMINENSE FAZ HISTÓRIA NO BRASILEIRO DE EQUIPES 2023
O Dia da Redenção chegou. Foram 13 anos batendo na trave, mas o Fluminense, finalmente, soltou o grito de campeão e conquistou o troféu que faltava em sua vasta galeria no departamento de futebol de mesa: após 16 vitórias, três empates e duas derrotas, o Tricolor celebrou o inédito título da Série Ouro no Campeonato Brasileiro Interclubes de Equipes, com direito a fortes emoções, sábado e domingo (5 e 6/8), no Grajaú Tênis Clube. Com a façanha, tornou-se o único clube a ter todas as taças na modalidade dadinho — Estadual, Rio-São Paulo e Copa Rio, além do Brasileiro. Tal glória eternizou na história os botonistas Paulo Quartarone, Rodrigo Bandini, Alexandre Aires, Gilberto Almeida, Marco Aurélio e Cláudio Jr, além do técnico e capitão Marcelo Mendes, que ofereceram a conquista a José Alexandre, um dos ícones do esporte e que nos deixou em 2021, vítima da Covid-19.
“É tanta gente para ser citada, pessoas que contribuíram para que existisse a prática do esporte no clube, pessoas que já partiram para outro plano e que nos defendiam com unhas e dentes. Mas uma pessoa será lembrada e representará a todas: José Alexandre, sua medalha está separada. Esse título é muito seu também e tenho certeza que você sabe o que se passou no Grajaú Tênis Clube. Você assistiu do céu e está muito feliz”, disse, emocionado, Paulinho Quartarone: “Não tenho palavras para descrever o quanto foi sensacional ser campeão mais uma vez com meus amigos”, acrescentou o gênio das mesas, após a maratona de jogos em uma competição que reuniu 40 equipes de todo o Brasil.
Homenagens à parte, o Fluminense teve que suar a camisa para chegar à Série Ouro. Após seis vitórias e um empate nas rodadas da primeira classificatória de sábado pela manhã, o Tricolor, à tarde, após quatro confrontos, estava em quinto lugar no Grupo B e teria pela frente três adversários difíceis: River A, Botafogo A e America A. Para piorar, no intervalo do duelo contra o River A, na sétima rodada, perdia por 2 a 0, no intervalo dos quatro jogos simultâneos, mas conseguiu a virada na segunda etapa, em um tem-chute, e venceu por 2 a 1. Foi a senha para que a equipe se agigantasse e, determinada, partisse com tudo rumo à conquista.
“Ali foi a nossa grande virada. Tanto que, no domingo, ganhamos do Botafogo, garantimos a classificação à Série Ouro e começamos a fase final com muita força, batendo America A e Flamengo A”, diz Paulinho. Na fase final, aliás, o Fluminense venceu todos os jogos do octogonal, tendo também como adversários Flamengo B, Vasco A, Botafogo, Corinthians e River. O título foi garantido com uma rodada de antecedência, na vitória por 2 a 1 sobre o alvinegro paulista. “Entramos na fase final e decidimos: ‘vamos jogo a jogo’. Ganhávamos e nos reuníamos, avisando, ‘faltam quatro, faltam três, faltam dois’… Foi assim até a última rodada, quando já havíamos sido campeões por antecipação. Mas atuamos com dignidade para ganhar também. Batemos o River e vencemos as sete partidas da Série Ouro. Foi uma sensação indescritível. Fomos crescendo e nos fortalecendo ao longo da competição”, frisa Quartarone.
Confira a campanha do campeão:
2×1 Grajaú B
3×0 São Paulo
4×0 Avai
4×0 Eldorado B
4×0 Vasco B
3×0 Piedade A
2×2 Vila Branca
0x2 Tupi
3×0 Avai
1×1 River B
2×2 America B
2×1 River A
2×1 Botafogo A
0x3 America A
2×1 America A
2×1 Flamengo A
4×0 Botafogo A
3×0 Vasco A
2×0 Flamengo B
2×1 Corinthians
2×0 River A
Uma prova da categoria e da coesão dos Guerreiros Tricolores rumo ao inédito título do Brasileiro Interclubes foi observada na Série Ouro. Dos 28 jogos da equipe nesta fase final, o Fluminense obteve 25 vitórias e apenas três derrotas – duas com Aires e uma com Quartarone. Bandini e Gil não sofreram derrotas. Talento e união na busca pelo troféu.
Os duelos pelo vice-campeonato do Brasileiro Interclubes de Equipes também foram emocionantes. Após as sete rodadas da Série Ouro, o America A somou 13 pontos ganhos, oito atrás do líder Fluminense, que chegou aos 21, mas o suficiente para superar o River A (com 12) e o Vasco A (com 11), que fecharam o pódio da principal série da competição. O Gigante da Colina, aliás, também fez bela homenagem a Jorge Ferraz, ex-atleta cruzmaltino, que faleceu há duas semanas — a equipe atuou com uma tarja preta sobre o escudo da camisa. Flamengo A, em quinto lugar; Flamengo B, em sexto; Botafogo A, em sétimo; e Corinthians, em oitavo; fecharam a classificação.
Na Série Prata, também não faltaram rivalidade e emoção. Tanto que o campeão só foi definido na última rodada, nos critérios de desempate, depois que Piedade A e Tupi empataram em pontos ganhos (19), com 90,5% de aproveitamento após as sete rodadas. O Piedade, por ter melhor saldo de vitórias (15 a 13) ficou com o título. AABB A, com 15 pontos ganhos, e Piedade B, com 10, completaram o pódio, para alegria dos atletas da agremiação carioca, que teve seus dois times entre os premiados nesta categoria do Brasileirão. Benfica, America B, River B e Avaí completaram a classificação final.
Já na Série Bronze, a festa foi do Eldorado A, que, após cinco vitórias e duas derrotas, levou o troféu de campeão para Juiz de Fora. Com 71,4% de aproveitamento, a equipe mineira somou 15 pontos ganhos e levou a melhor sobre a Portuguesa A, que somou 13, ao lado do Fluminense B, mas ficou com o segundo lugar no saldo de vitórias (4 a -2). A Liga Fonte, com 12 pontos, fechou o pódio, em quarto lugar, após superar o Vasco B, que também chegou aos 12 pontos, no número de vitórias (4 a 3). São Paulo (9), Flamengo C (7) e Eldorado B (0) ficaram pelo caminho na luta pelo título.
Na Série Cobre, também definida na rodada final do octogonal, a festa foi do Vila Branca, que, com 76,2% de aproveitamento, somou 16 pontos e superou o vice-campeão Grajaú A por apenas um ponto. O troféu foi decidido em um confronto entre as duas equipes, na última partida, que terminou com vitória da formação mineira, por 3 a 0. O terceiro lugar ficou com o Duque de Caxias (12), enquanto o Grajaú B (11) fechou o pódio, para alegria dos donos da casa, que vibraram com suas duas equipes premiadas na competição. Dobermans, Dom Pedro, Olaria e São Cristóvão A fecharam a classificação final.
Na Série Extra, o Botafogo B sobrou na luta pelo título. Com 17 pontos ganhos e 81% de aproveitamento, o Alvinegro ergueu o troféu com seis pontos de vantagem sobre o São Cristóvão B, uma das gratas surpresas do Brasileiro e que, em sua primeira competição em nível nacional, levou para Figueira de Melo o troféu de vice-campeão. Na busca pelo terceiro lugar, após um empate triplo em pontos ganhos (10), a Portuguesa/Futrica superou, no saldo de vitórias, o FMN, que fechou o pódio por levar a melhor no mesmo quesito de desempate diante do Olympic. Fluminense C, AABB B e Portuguesa B fecharam a tabela de classificação.
Quem também levou um troféu para casa foi o Corinthians, como melhor equipe visitante.
Ano que vem tem mais.
Texto: Alysson Cardinali