ESTADUAL INDIVIDUAL DA REGRA DADINHO: OITO VEZES QUARTARONE
Se um é pouco, dois é bom e três é bom demais, qual a sensação de ser oito vezes campeão estadual? Com a resposta, Paulinho Quartarone, octacampeão estadual na regra Dadinho (9 x 3) – 2012, 2013, 2014, 2016, 2017, 2018 (Master), 2023 e 2024 (Adulto). A conquista desta temporada veio após a vitória por 10 a 5 sobre o craque americano Victor Praça, no cômputo geral – em uma reedição da final do ano passado –, dia 1º de dezembro, na sede do Grajaú Tênis Clube. A alegria do veterano craque do Fluminense se juntou à satisfação de dois estreantes no lugar mais alto do pódio: Tarouca, do Vasco, e Arthur Kruger, da Light, campeões inéditos nas categorias Master e Sub-18, respectivamente
“Ser oito vezes campeão é algo impensável, principalmente se considerarmos que dois desses títulos vieram após a unificação da categoria Adulto com a Sênior. Mas é a confirmação de estar ainda evoluindo em um território onde todos evoluem constantemente. Isso, inegavelmente, gera uma baita satisfação pessoal”, frisa Quartarone, que, nas semifinais, encarou o rubro-negro Ronald Neri, outro gênio das mesas, e levou a melhor por 7 a 3 no somatório de gols (venceu o primeiro jogo por 3 a 0 e o segundo por 4 a 3). Na final, outros dois triunfos sobre Victor Praça: 5 a 2 e 5 a 3 (nas semifinais, o atleta do América bateu Cleciano, do Vasco: 7 a 4). Duelos para os quais o botonista tricolor se preparou com muito afinco.
Passei a semana antes das finais pensando, primeiramente, em como destravar o meu jogo com o Ronald. Precisaria passar por ele primeiro. Fiz um jogo mais técnico, mais focado em dificultar as ações dele. Funcionou. Na finalíssima eu sabia que seria necessário seguir com a mesma estratégia. Para ambos eu tentei forçar um pouco mais os cortes deles. Acho que foi a primeira vez que foquei muito nos adversários, o que para mim é um salto de qualidade absurdo e me deixou mais competitivo, pois sempre joguei priorizando o meu jogo. Também joguei muito centrado. Na segunda partida da final o Victor saiu na frente com um gol antológico. Procurei deixar isso para trás e seguir focado. Em outra época eu sairia do jogo”, revela.
Na disputa do terceiro lugar, Ronald Neri levou a melhor sobre Cleciano, em duelos emocionantes. O atleta cruzmaltino, campeão do primeiro turno do Estadual, venceu a primeira partida, por 5 a 4, mas o rubro-negro levou a melhor no segundo (6 a 1) e no terceiro (2 a 1) jogos, fechando o confronto em 12 a 7. Fato é que os quatro finalistas deram uma aula de futebol de mesa, o que só valoriza a conquista de Quartarone, que, sincero, fez uma análise de sua temporada em 2024.
“Comecei muito mal o ano, a exemplo de 2023. Fui melhorando a cada etapa e assim colei nos líderes do ranking. Operei mais um ‘milagre’ (foi campeão do segundo turno). Fundamentalmente, sinto que dei um salto, que já era necessário faz tempo, do ponto de vista emocional. Meu corpo sentiu menos dessa vez os efeitos das minhas travas mentais. Arrumei o dadinho como nunca e defendi muito melhor que antes. Sofri menos”, avaliou Quartarone, feliz e revigorado, pronto para novos desafios. “Ao contrário de 2023, quando achei já estar perto do meu esgotamento, saio de 2024 muito fortalecido e confiante para a próxima temporada. Quero jogar pastilha e retrô, também, em alto nível. Sou completamente apaixonado por esse jogo”, revelou. Paulinho Quartarone, foi campeão brasilerio em 2024 também na categoria Adulto.
Amor à camisa
Se a primeira vez a gente nunca esquece, o que dizer do craque Tarouca, outro ás das mesas e que, finalmente, chegou ao sonhado título estadual? Após uma temporada de muita regularidade, o Pequeno Polegar da Colina chegou às finais com Adriano, seu companheiro de Vasco (campeão do turno), Leal, do Grajaú Tênis Clube (campeão do returno), e Pitico, do Fluminense. Na semifinal, em um duelo caseiro, bateu Adriano por 7 a 3, no cômputo geral. Na final, teve pela frente Leal, que passou por Pitico após quatro batalhas: 1 x 2, 4 x 0, 2 x 2 e 5 a 2, fazendo 12 a 7 no placar geral. Na decisão, Tarouca não deu chances ao adversário e venceu por 7 a 3 (5 x 0 e 2 x 1).
“Fiquei muito feliz com a conquista deste título inédito pelo Vasco, fruto de muito treinamento. Ser campeão é sempre muito bom e quando você consegue ganhar jogando pelo seu clube do coração, com amor à camisa, é ainda mais gratificante” disse Tarouca, que elogiou Leal, adversário que lhe deu trabalho na final, e lamentou não ter encarado o cruzmaltino Adriano na luta pelo título. “Foi muito legar ter o Adriano, meu companheiro de Vasco, meu irmão, nessas finais. Eu queira muito ter feito a final com ele, mas o cruzamento não permitiu e nos enfrentamos na semifinal”, revelou, acrescentando:
“A decisão com o Leal, como eu previa, foi muito disputada. Ele é um jogador tarimbado, experiente e o jogo dele não ‘casa’ com o meu. Ele joga devagar, é muito estratégico, marca bem, dá sempre os nove toques e tem qualidade para fazer o gol. Felizmente deu tudo certo. Eu joguei muito focado, estava muito confiante e consegui fazer um excelente primeiro jogo. Ganhar com diferença grande de gols (5 a 0) coloca pressão no adversário, interfere no emocional. Deu tudo certo, confirmei a segunda vitória (2 a 1) e fui campeão”, celebrou Tarouca, que viu seu amigo Adriano ficar em terceiro lugar, ao superar Pitico por 11 a 8, após três duelos emocionantes (4 x 3, 2 x 2 e 5 x 3).
Superação e garra
A sensação de alegria e dever cumprido também tomou conta de Arthur Kruger, da Light. Campeão do primeiro turno na Sub-18, ele passou por Izac, do River, na semifinal, graças ao ponto extra do regulamento, após uma vitória (1 x 0), dois empates (1 x 1 e 2 x 2) e uma derrota (4 x 1). Na finalíssima, encarou o então campeão estadual Felipe Drago, do Botafogo, que eliminou Matheus Crespo, do River, também graças ao ponto extra, após uma vitória (3 x 0), dois empates (0 x 0 e 2 x 2) e uma derrota (2 x 1).
Arthur e Felipe precisaram de cinco duelos para se conhecer o campeão da categoria sub-18. Após uma vitória (3 x 1), três empates (1 x 1, 2 x 2 e 1 x 1) e uma derrota (1 x 0), o menino da Light, enfim, pôde festejar seu primeiro título estadual. Na disputa do terceiro lugar, deu Crespo: 9 a 2 em três partidas. “Essa conquista tem um significado especial para mim, um significado de superação às adversidades impostas na mesa. A final com o Drago foi muito intensa e disputada, mas coroou minha campanha ao longo da temporada. Mesmo entre altos e baixos, dei o meu melhor a cada etapa, e, em 2025, estarei ainda mais focado, preparado e experiente”, avaliou Arthur, de olho, quem sabe, em um bicampeonato estadual no ano que vem. Arthur, a exemplo de Paulinho Quartarone, foi campeão brasilerio em 2024 na sua categoria, a Sub 18.
A Federação de Futebol de Mesa do Estado do Rio de Janeiro (Fefumerj) parabeniza não apenas os campeões, mas todos os quase 200 botonistas que fizeram da temporada de 2024 uma das mais equilibradas e emocionantes da história. Em 2025 tem mais. Até lá!
Texto: Alysson Cardinali | Diretor de Comunicação Dadinho | FEFUMERJ