CLAUDIO PINHO. O PRESIDENTE.

O entrevistado de hoje é o Claudio Pinho, atleta da modalidade Disco, presidente da Federação de Futebol de Mesa do Estado do Rio de Janeiro (FEFUMERJ)

José Carlos – Como foram seus primeiros passos no futebol de botão?
Claudio Pinho – Acredito que na infância como todo mundo, juntamente com amigos e onde organizávamos campeonatos muito disputados. Desde a bola feita com papel laminado de doces e até passarmos a usar dadinhos comprados em papelarias.

Desta época não posso de deixar de citar um grande amigo, Zé Araquem, torcedor fanático do America FC e com quem jogava dias inteiros. E também o fato de ter desde o início um time só de botões azul claro, na época era comum misturar botões de várias cores. Esse time se chamava PORSCHE e o símbolo era um cavalo, recentemente puder encomendar uma versão atual com a mesma escalação.

Novíssimo time do Porsche da modalidade Disco

José Carlos – Como você chegou ao futebol de mesa oficial?
Claudio Pinho – Na década de 80 eu frequentava muito a Ilha do Governador e um amigo (Wilson Feitosa) surgiu com a ideia de criarmos uma associação e em uma regra “oficial” que era a do DISCO.

Juntamente com Pedro Carlos e mais outros amigos foi criada a Liga Insulana de Futebol de Mesa (LIFUME) . A LIFUME tinha CNPJ, duas salas alugadas, muita gente participando e arte do logo foi criada por mim. Joguei até 1985 e da LIFUME saíram muitos nomes de destaque no Futebol de Mesa do Rio de Janeiro. Deixou marcas positivas em todos que passaram por lá.

José Carlos – Qual o seu gol mais bonito, a partida mais complicada que você venceu e o seu adversário mais enjoado?
Claudio Pinho – Não sou ligado a nenhum gol em especial, são tantos anos jogando que já fiz e levei os mais variados tipos. Quanto a adversário temos um na AAL, é o Antônio Carlos (RM) porque leva uma eternidade para jogar.

Equipe da AA Light em 2020

José Carlos –  Você é um dos fundadores do Departamento de Futebol de Mesa da Associação Atlética Light (AAL) e, mais importante do que isso, você é o responsável pela manutenção do departamento durante muitos anos. Conte um pouco sobre essa história.
Claudio Pinho – Até hoje só joguei em duas associações: LIFUME e AAL. Nosso departamento foi criado em 25/01/2001, uma coincidência feliz porque é o dia do meu aniversário. Foi uma fusão com uma galera que jogava DISCO no Clube Maxwell e começamos com o pé direito com pessoas como Marcos Moyses, Chicão, Sr. Airton, Evair e tantos outros que são verdadeiramente botonistas. São quase vinte anos no mesmo clube e sala e temos gratidão a muitos que nos ajudaram com Jorge Tigrão o Presidente do Clube que nos deu a oportunidade e Wagner Coe que é o atual.

Somos um departamento pequeno mas com princípios fortes e temos orgulho dos que jogaram conosco e que sempre serão bem vindos. Nossos internos são abertos a participação de botonistas de outras associações e entendemos que futebol de mesa é mais do que apenas jogar para vencer.

José Carlos – A modalidade Disco é a única modalidade que possui duas categorias (Cavado e Liso). Isso ajuda ou atrapalha?
Claudio Pinho – Sinceramente para mim não, até porque jogo as duas, mas não há como negar que hoje o LISO está com maior aceitação a nível nacional.  Não sei se ajuda ter duas diferentes, mas não vejo nenhum ganho acabar com uma ou outra.

Pedro Carlos (AAP) e Claudio Pinho

José Carlos – A modalidade Disco foi fortíssima no Rio de Janeiro nos anos 70 e 80 do século passado. Você acredita que podemos voltar a ter grandes resultados em âmbito nacional? A modalidade precisa ter mais participantes para esses resultados aparecerem?
Claudio Pinho – Hoje o DISCO tem uma forte predominância do Nordeste no LISO e no CAVADO no RS.  Acho difícil o Rio de Janeiro voltar a ter um grande destaque em participações consecutivas, mesmo tendo grandes jogadores e que podem ser campeões.

Logicamente ter mais jogadores ajudaria porém temos qualidade hoje, a questão financeira de poder viajar tem um peso maior. Depois que houve a separação em LISO e CAVADO o único botonista a ganhar o INDIVIDUAL BRASILEIRO sem ser nordestino foi Alenio Cheble.  Aliás o único a ser campeão brasileiro no CAVADO e LISO, isso é uma marca importante para o DISCO no nosso Estado..

Alexandre Macieira, Claudio Pinho e Robson Marfa

José Carlos –  Antes de ser presidente da FEFUMERJ voce foi vice-presidente da modalidade na Federação. Como foi essa experiência e como isso lhe ajudou no seu atual cargo?
Claudio Pinho – Foi muito rápido, passei a ser representante da AAL em 2010 e fui eleito em 2011 como vice-presidente do DISCO. Na época o Robson Marfa não se candidataria porque ia concorrer a CBFM como foi inclusive eleito. Fui indicado, aceitei e com apoio da maioria exerci o cargo. Claro que foi um grande aprendizado e onde procurei ouvir pessoas mais experientes como por exemplo o Dr. Flavio Chammas que sempre me ajudou e orientou.  O importante é que sempre trabalhamos com transparência e organização, os assuntos eram levados ao representantes, votados e  depois de publicados no site eram aplicados. Não se consegue agradar todos, aliás querer fazer isso é o caminho mais curto para não funcionar. Cheguei a ser reeleito porém concorri ao cargo de Presidente da FEFUMERJ.

José Carlos –  A sua candidatura para presidente da FEFUMERJ foi uma solução de consenso. Conte um pouco sobre esse momento.
Claudio Pinho – Fui escolhido como candidato na formação de uma única chapa e gostaria de ressaltar que com apoio de Marcelo Lages e Washington Freire que estavam participando da eleição. Foi algo muito bacana na época onde houve uma percepção de que juntos somos mais fortes.

José Carlos – Como é o seu estilo de administrar?
Caudio Pinho – Sempre gostei de descentralizar e trabalhar com gente competente.   Temos hoje uma Diretoria na FEFUMERJ GERAL composta de pessoas do maior gabarito e que muito orgulha poder participar com eles. Também acredito que assuntos devam ser debatidos e votados para poderem se aplicados. 

A informação é base de qualquer administração, por isso valorizo demais o nosso site e o trabalho do José Carlos Cavalheiro, nosso Diretor de Comunicação. Tudo está no site: NORMATIVAS, DEMONSTRATIVO FINANCEIRO, ATAS, JULGAMENTOS, BID e demais informações. Qualquer botonista e de qualquer estado tem acesso para consultar e pesquisar.

Alenio Cheble, Claudio Pinho e Marcelo Lages

José Carlos – Quais as suas realizações, desafios e projetos na presidência da FEFUMERJ?
Claudio Pinho – Primeiramente quero dizer que são conquistas da FEFUMERJ GERAL, vice-presidentes e modalidades. Mas tivemos algumas muito significativas tais como: regularização Administrativo, Fiscal, Contábil e na parte Jurídica. Isso devido a participação dos demais membros da Diretoria (Bruno Mestre, Alexandre Macieira, Luiz Carlos, Bruno Romar, Renato Oliveira e Abel Cêpa). Temos clubes e botonistas com BID, oito modalidades que fazem um trabalho muito bom e participação em todas as competições nacionais.

Última reunião da Diretoria Geral da FEFUMERJ em 2020

Vejo a FEFUMERJ de modo muito positivo e com condições de crescer com estrutura e segurança. O grande salto foi dado na criação do All Star Games, ideia de Marcelo Lages e que com apoio de Alenio Cheble conseguimos fazer virar realidade. Desde a primeira edição houve interação entre botonistas, modalidades e clubes conseguindo com isso criar um sentimento de intercambio.  Não posso falar pelo Lages e Alenio, mas para mim foi a maior conquista e que mudou alguns conceitos.

Milton Pedreira , Claudio Pinho e Flavio Chammas

José Carlos – Claudio. Muito obrigado por conceder essa entrevista. Estou na FEFUMERJ ocupando cargos administrativos desde dezembro de 2004 e trabalhei com presidentes que me marcaram e ensinaram bastante: Milton Pedreira, Flavio Chammas e você. Agradeço muito a oportunidade e o apoio e autonomia que você sempre me deu para continuar meu trabalho.
Claudio Pinho – Agradeço a oportunidade e tenho certeza que Futebol de Mesa é algo que deva ser jogado sempre com a seriedade e respeito que merece.