AS ARMAS DO TETRACAMPEÃO BRAYNER
Um é pouco, dois é bom, três é bom demais e quatro é…maravilhoso! Assim, “rearrumando” o provérbio popular, o craque Brayner Wertmuller define seu sentimento após sagrar-se tetracampeão da XIII Copa do Brasil, disputada em Manaus, entre os dias 14 e 15 de maio. Com uma campanha avassaladora, o atleta do River, tradicional clube carioca, ergueu o troféu após derrotar Ronald Neri, do Flamengo, por 3 a 0, na finalíssima da competição, que contou com a presença de 48 botonistas, da modalidade dadinho, vindos de vários estados do país. Ao todo, Brayner obteve 18 vitórias e sofreu apenas duas derrotas. Ainda fez 85 gols (média de 4,25 por partida) e levou 32.
Campeão da Copa do Brasil em 2011, 2014 e 2018, mas com sete finais da competição no currículo, Brayner diz que o título deste ano teve um sabor especial. Apesar de toda a sua experiência, ele revela que se preparou com afinco na busca pelo tetra, devido ao alto nível dos adversários que teria pela frente. “Fazia algum tempo que eu não ganhava um título de expressão, até mesmo por causa desse tempo parado pela pandemia. Esta conquista foi especial. Me preparei bastante para tentar busca-lo, com muito treino, concentração e a companhia de pessoas que me puxam para cima”, diz Brayner, que ainda foi vice-campeão da Copa do Brasil em 2013, 2015 e 2017.
Embora não criasse expectativas exageradas antes de sua primeira palhetada em Manaus, Brayner tem uma explicação para o seu desempenho tão avassalador nas mesas do Novotel: a concentração. “Eu sempre entro muito concentrado nos campeonatos nacionais pois sei que a vantagem do empate é muito importante para o mata-mata. Sempre penso jogo a jogo, acho que isso faz total diferença ao invés de estar buscando um número extraordinário. Eu apenas me mantive 100% concentrado e focado para tentar fazer a melhor campanha do campeonato”, frisa.
O craque do River, inclusive, tirou lição até nas duas derrotas que sofreu na caminhada rumo ao tetra — para Adriano (Lafume) e César (Olaria). “Tenho em mente que qualquer jogador sempre pode vencer qualquer partida. Tento ver onde pequei e melhorar nos próximos jogos. Felizmente, durante o campeonato, consegui enfrentar novamente os dois adversários que me venceram e os derrotei”, avalia Brayner, que, na decisão diante do rubro-negro Ronald Neri, não deu chance ao azar.
“A final contra o Ronald pode ser resumida pela palavra cautela. Em um jogo entre dois adversários que se conhecem tanto, foi preciso cautela para atacar no momento certo. A felicidade de conseguir os dois gols rapidamente (no primeiro tempo) também foi fundamental”, comemora Brayner, feliz por ter levado a melhor diante de um adversário tradicional, em uma final tipicamente carioca. O craque do River, aliás, vê como natural o domínio dos clubes do Rio de Janeiro na Copa do Brasil deste ano — das oito equipes premiadas na Série Ouro, seis são da Cidade Maravilhosa.
“Vejo esse domínio como algo natural, por enquanto. O Rio de Janeiro é o estado com mais praticantes na modalidade dadinho, com a maior quantidade de torneios. Pode-se jogar quase sete dias por semana em várias partes da cidade. Essa grande oferta de treinos faz com que os atletas cariocas cheguem aos campeonatos nacionais mais bem preparados”, observa Brayner, sem deixar de enaltecer o nível da competição na capital amazonense: “Teve um nível bem alto e competitivo. Não à toa, os dois maiores vencedores da competição estavam fazendo a final. Além de outros campeões e grandes jogadores que ficaram pelo caminho”.
Embora feliz com o tetra da Copa do Brasil, Brayner já olha adiante, vislumbrando novas conquistas no horizonte, entre elas, outro tetra, desta vez do Campeonato Brasileiro, em outubro. “Vou celebrar um pouco a conquista em Manaus, mas, daqui a pouco o foco será total na terceira etapa do Carioca (dia 29 de maio). Fui padrinho de casamento e tive que faltar à segunda etapa, então, estou na Série Prata. Tentarei voltar para a Série Ouro e ir com tudo no segundo turno, mas não dá para negar que o maior objetivo individual do segundo semestre será o Campeonato Brasileiro, em São Paulo”, revela Brayner, que já faturou esta competição em 1016, 2017 e 2018.
Na bagagem rumo à capital paulista, em outubro, estarão o seu famoso time do Brasil, suas palhetas, muita fé, concentração e o inseparável fone de ouvido, fonte de inspiração para Brayner antes das partidas. “A música me deixa mais relaxado antes do jogo, conseguindo pensar apenas no que tenho que fazer na mesa. Sou bem eclético. Gosto de ouvir rock, sertanejo, MPB, música eletrônica, de tudo um pouco”, admite Brayner, sem perder o ritmo na busca por novas conquistas em sua vitoriosa carreira de botonista.
A campanha do tetracampeonato:
4 x 0 Jonas Fonseca (Banca Forte-AM)
7 x 4 Castilho (America-RJ)
3 x 0 Marcos Oliveira (São Raimundo-AM)
6 x 1 Altevir Almeida (Rio Negro-AM)
2 x 1 Hudson Cunha (Nacional-AM)
4 x 0 Marcos Oliveira (São Raimundo-AM)
0 x 2 Adriano (Lafume-RJ)
6 x 0 Winnetou (Manaus-AM)
4 x 2 Rafael Marques (River-RJ)
4 x 2 Capela (Avaí-SC)
6 x 1 Petrin (São Braz-PR)
6 x 4 Adriano (Lafume-RJ)
2 x 3 César (Olaria-RJ)
4 x 3 Wallace (Pajuçara-AL)
5 x 3 Rodrigo Moro (Corinthians-SP)
7 x 5 Capela (Avaí-SC)
5 x 1 Wallace (Pajuçara-AL)
2 x 0 Capela (Avaí-SC)
5 x 0 César (Olaria-RJ)
3 x 0 Ronald (Flamengo-RJ)
Total: 20 J, 18 V 2 D. 85 GP e 32 GC
Texto: Alysson Cardinali | Diretor de Comunicação Dadinho | FEFUMERJ
Reprodução: Portal Mundo Botonista