AFINAL, O QUE É GALALITE?

O galalite é um material plástico sintético fabricado pela interação de caseína (proteína do leite) e o formaldeído (substância tóxica). Por ser produzido a partir de matéria-prima renovável é considerado um bioplástico, tendo básicamente as mesmas propriedades dos plásticos derivados do petróleo. O nome comercial vem das palavras gregas gala (leite) e lithos (pedra). É inodoro, insolúvel em água, biodegradável, não alergênico, antiestático e praticamente não inflamável.

Foto: Galaliteshop

Em 1893, o químico francês Auguste Trillat descobriu os meios para insolubilizar a caseína por imersão em formaldeído. Em 1897, Wilhelm Krische, uma impressora de Hanover, Alemanha, foi contratada para desenvolver quadros brancos, não inflamáveis ​​e apagáveis. Ele teve dificuldade em fazer a caseína aderir ao papelão de suporte e pediu ajuda ao químico alemão (Friedrich) Adolph Spitteler (1846–1940). O plástico resultante, semelhante ao chifre, era inadequado para o objetivo original, mas outras aplicações foram encontradas em pouco tempo.

O galalite não pode ser moldado, uma vez endurecido, mas tem a vantagem de ser barato de se produzir. Pode ser cortado, perfurado, estampado e tingido sem dificuldade e sua estrutura pode ser manipulada para criar uma variedade de efeitos. Uma limitação dos usos do galalite era que, quando transformados em itens acima de um determinado tamanho, tendiam a lascar ou entortar. Foi um excelente substituto sintético para produtos feitos originalmente de marfim, cascos de tartaruga e chifres como óculos, pentes, cabos de guarda-chuva, botões, e etc. Em 1913, trinta milhões de litros (oito milhões de galões americanos) de leite foram usados ​​para produzir Galalite somente na Alemanha.  

Foto: Galaliteshop

Para que se consiga extrair a caseína do leite deve-se adicionar um elemento coagulante. Esse coagulante age na caseína desestabilizando-a. Quando isso ocorre, a proteína começa a se aglomerar na forma de gel. A caseína do coalho produz um plástico superior à caseína precipitada com ácido. Para sua produção é preciso extrair a caseína do leite, retirando o máximo possível de soro. Assim que se obtiver a caseína sem o soro, deve molda-la na forma desejada e mergulhar em uma solução de formaldeído. A produção de galalite diminuiu à medida que as restrições da Segunda Guerra Mundial levaram à necessidade de leite como alimento e devido ao surgimento novos plásticos derivados do petróleo. Embora não tendo o mesmo glamour do galalite, sua produção era mais barata e tão fácil quanto, além da vantagem de poder ser moldado, o que a galalite não permite. Dessa forma a produção massiva de leite ficou mais rentável quando destinada ao consumo humano do que à produção de galalite, que então começou a sair do mercado.

A produção no Brasil continuou até a década de 1960, quando novos materiais vieram substituir o galalite. No mundo do futebol de mesa se manteve o hábito de denominar os botões produzidos em acrílico de galalite, embora sejam materiais completamente diferentes. Atualmente, o galalite ainda continua sendo produzido em pequenas quantidades, principalmente para botões e acessórios de moda.

Foto: Galaliteshop

Para quem quiser experimentar fazer seu próprio botão de galalite segue um pequeno tutorial:

  • Aquecer o leite até 40ºC;
  • Adicionar corante da cor desejada, se necessário;
  • Adicionar aos poucos o acidulante enquanto mexe o leite até a coagulação da caseína;
  • Filtrar e separar a caseína coagulada do soro do leite;
  • Deixar escorrer ao máximo o soro, e após espremer para retirar o quanto puder;
  • Moldar a caseína na forma desejada;
  • Preparar solução de 30% em volume de formol (lembre-se que é um material tóxico) e 70% água destilada;
  • Deixar a peça embebida de formol por 2 a 3 dias;
  • Retirar a peça do formol e deixa-la secando na capela por mais 3 dias;
  • Lixar e polir a peça.

Quem não quiser se expor ao formol pode encomendar seus próprios botões do tradicional material em https://www.galaliteshop.com.br/