A PASTILHA PLANEJA O SEU FUTURO

Maneira de se jogar futebol de botão mais popular do Brasil, a chamada bola achatada é tão antiga quanto o próprio esporte, que surgiu há mais de 100 anos, ao se adaptar botões de roupas como jogadores, assim como botões menores como suas bolas originais.

Ao longo dos anos, o futebol de botão evoluiu e se subdividiu em várias modalidades, praticadas com o mais variado formato de bolas: sejam achatadas, esféricas ou cúbicas, em diversos tamanhos e materiais…

Entre a garotada, até por ser o formato de bola que vinha junto com os antigos times plásticos, seja Estrela, Gulliver, Canindé, Jofér, Xalingo ou tantas outras marcas, a bola achatada, que com o tempo passou a ser conhecida por Pastilha, sempre manteve o seu lugar de favorita. Embora existissem vários modelos, o preferido era utilizar-se peças do jogo de estratégia “War” como bolas.

Por isso há 20 anos, quando esse estilo também evoluiu para uma modalidade organizada, primeiro na antiga FEBOERJ, e depois na FEFUMERJ, no Rio de Janeiro, teve-se o cuidado de a manter a mais próxima possível das antigas bolinhas de War, embora já adaptadas a uma fabricação industrial em maior escala, e assegurando-se a jogabilidade necessária a uma modalidade de competição.

A partir da realização do primeiro Torneio Rio-São Paulo em Campinas, em 2007, a Pastilha começou lenta e progressivamente a se espalhar por todos os estados, que sistematicamente vão reconhecendo a modalidade como oficial, e adotando as regras padronizadas pela FEFUMERJ, que esse ano realiza o seu décimo oitavo Campeonato Estadual.

Na FEFUMERJ, enquanto modalidade organizada, a Pastilha já chegou a ser a segunda mais praticada, em número de jogadores, e a primeira, em número de clubes. Contudo perdeu um certo espaço depois de algum tempo pois, justamente por inicialmente ser oficial apenas no Rio de Janeiro, não oferecia os atrativos de competições nacionais, e até mesmo internacionais, que outras modalidades possuem.

Com o aumento dos estados que vem adotando e padronizando suas regras com a FEFUMERJ, e ao trabalho que a atual diretoria da modalidade na Federação do Rio de Janeiro vem realizando nos últimos anos, esse quadro vem progressivamente sendo revertido, e hoje a Pastilha vive um expressivo momento de alta no estado, experimentando um grande crescimento não só de atletas e clubes, como também do retorno de antigos praticantes, que haviam se dispersado por outras modalidades.

Um marco desse momento, foi a realização da primeira etapa do Campeonato Estadual Individual de 2023 no Estádio das Laranjeiras, de propriedade do Fluminense Football Club, que pela primeira vez recebeu uma competição oficial da modalidade, com o expressivo número de quase 30 participantes, dos sete clubes atualmente filiados: Bangu, Botafogo, Fluminense, Friburguense, Light, Olaria e Vasco. Adicionalmente, estão sendo realizados torneios de caráter extraoficial, inclusive com a presença de atletas não federados, o que mostra o crescente interesse pela modalidade, com vários clubes se oferecendo para sediarem esses torneios.

Com outros estados também a oficializando (por exemplo, no Ceará a FUTMECE já vai este ano para seu quarto Campeonato Estadual), assim como outros onde começa a sua organização, com destaque para os trabalhos que vem sendo desenvolvidos atualmente no Rio Grande do Sul, Paraná, Distrito Federal, Minas Gerais e Pará, os praticantes de Pastilha estão bastante empolgados e já esperam, para um futuro próximo, vôos ainda mais altos, em que competições interestaduais e nacionais também sejam realidade na modalidade.

Texto: Marcelo Coutinho | Diretor Técnico de Pastilha | FEFUMERJ