TIPP-KICK: O IRMÃO MENOS CONHECIDO DO SUBBUTEO

Hoje falaremos sobre um jogo que está muito próximo de completar 100 anos de existência. Em 1923, Edwin Mieg, um jovem vendedor de exportação indústria de relógios alemã, deveria assumir um posto na Índia mas tomou outra decisão e aventurou-se no ramo de brinquedos. Uma aventura estava no horizonte mas diferente daquela que ele pensava. Edwin Mieg trouxe ao mercado uma ideia – brilhante da perspectiva de hoje – que lhe permitiu se tornar independente com o TIPP-KICK (se pode traduzir como chute ou pontapé) já em 1924, através da compra da patente de um inventor chamado Carl Mayer.

Com o início da Bundesliga alemã de futebol (1963), as equipes também foram produzidas com jogadores da Bundesliga. Em 1967, um jovem jogador de futebol, então desconhecido, apareceu na nova embalagem do TIPP-KICK. Por uma taxa de apenas 1.000 marcos alemães, a empresa de Mieg garantiu os direitos de imagem de nada mais nada menos que Gerd Müller, conhecido em seu país como Der Bomber (bombardeiro), até recentemente, o maior goleador de todos os tempos do campeonato alemão.

Apesar da maioria dos praticantes estar na Alemanha também existem praticante na Áustria, Suíça, Bélgica, França, Itália e República Tcheca. A venda do produto está intimamente relacionada ao desempenho da Alemanha nas Copas do Mundo. Sendo assim, o fabricante não tem muito do que reclamar.

O jogo é simples: basta tocar na cabeça do jogador e ele chuta a bola de doze lados e duas cores com a perna direita. A posição da bola determina quem pode chutar em seguida – e quem, com o goleiro, impede um objetivo. “Não é preciso muito esforço técnico, as regras são simples”, diz Peter Funke, que é presidente da German Tipp-Kick Association (DTKV) desde 2013 e que representa “Flinken Finger Fürstenfeldbruck” na Bundesliga do esporte, que conta com cerca de 500 jogadores federados.

Um set para iniciantes com campo de feltro rolável, dois gols, goleiros, jogadores e bolas está disponível a partir de 40 euros. Os “profissionais” jogam com outro material, a exemplo do primo Subbuteo.

Crianças de cinco ou seis anos se divertem jogando e um pouco de coordenação motora fina garante o sucesso rápido. “Entrei quando tinha 13 anos. Então, eu não conseguia largar o jogo”, diz Peter Funke. Para muitos, Tipp-Kick é um jogo de pai e filho. “A conexão de geração em geração já existe.” Mas a competição, o console de videogame, é avassaladora. “Um duelo que perderemos no longo prazo”, disse o presidente Tipp-Kick.  A semelhança não é mera coincidência.

Veja um vídeo para entender um pouco a dinâmica do jogo:

Texto: José Carlos Cavalheiro | Diretor de Comunicação | FEFUMERJ
Fontes: Empresa Tipp-Kick, German Tipp-Kick Association e Jornal Stimme