WAR: UM JOGO QUE INFLUENCIOU O FUTMESA
Foi em 1972 que quatro engenheiros da Politécnica da USP resolveram aplicar seus conhecimentos em uma empresa própria. Indecisos entre uma confecção, uma corretora de valores e uma empresa de jogos de tabuleiro, decidiram-se, para nossa felicidade, por esta última, pois perceberam que não existiam jogos de tabuleiro para o público adulto naqueles tempos.
A empresa recebeu o nome de Grow, as iniciais de seus quatro sócios Gerald, Roberto, Oded e Valdir, que teve sua inicial trocada por um “W” no nome da empresa, pra ficar mais sonoro. O pequeno negócio começou em uma garagem na Mooca, onde os sócios montavam manualmente seu primeiro produto: o jogo War, que tinha por base um produto semelhante lançado nos Estados Unidos chamado Risk, que, por sua vez, era baseado num jogo francês chamado La Conquête Du Monde (A Conquista do Mundo).
O jogo consiste num mapa do mundo dividido em seis regiões básicas, e cada jogador recebe uma carta que diz seu objetivo (que ele não deve revelar até conseguir realizá-lo). Com “exércitos”, os jogadores vão atacando os territórios alheios, e suas vitórias ou derrotas são decididas por dados. Ganha aquele que cumprir o objetivo definido no início do jogo. O interessante é que toda uma estratégia deve ser montada para conseguir esses objetivos, inclusive conquistar territórios que, a princípio, nada têm a ver com a meta final.
No início, o War era confeccionado artesanalmente e em pequenas quantidades, e era oferecido às lojas, de porta em porta, pelos quatro sócios. Rapidamente o jogo se tornou um sucesso de vendas, fazendo com que o negócio prosperasse a passos largos. A Grow colocou outros jogos de tabuleiro para adultos no mercado nos anos seguintes, e todos tornaram-se grandes sucessos, mas o War é até hoje o carro-chefe da companhia.
Para nós botonistas a grande contribuição do jogo foram seus “exércitos”, ou melhor, suas fichas menores que eram utilizadas como “bolinhas”, notadamente no Rio de Janeiro dos anos 1970. Essa improvisação foi a base para o surgimento da modalidade Pastilha.
Texto: José Carlos Cavalheiro | Diretor de Comunicação | FEFUMERJ
Fonte: Veja SP