FUTMESA NA COLÔMBIA
Algumas vezes, quando menos esperamos alguma coisa, é exatamente quando elas acontecem. Depois de quase quatro anos vivendo na Colômbia, depois de procurar apoio do Instituto Cultural Brasil-Colômbia (IBRACO), depois de ter entrado em contato com o diplomata responsável pelo Setor Cultural da Embaixada do Brasil, comentei da minha dificuldade em divulgar o futebol de mesa com o Vice-Consul em Bogotá. Ele me falou sobre um colombiano apaixonado pelo esporte e nos colocou em contato. Devido à minha agenda apertada nos finais de semana o encontro foi várias vezes adiado mas, finalmente, conseguimos nos reunir na casa de Guillermo Alberto Barriga Pinzón nesse domingo, 24/05/2015.
Guillermo, casado com uma brasileira há 21 anos, conheceu o futebol de mesa em Brasília, por volta do ano 2000 e foi mais um caso de amor à primeira vista. Fiquei boquiaberto com a coleção de botões do colombiano. Vários times feitos plástico e acrílico, todos com decorações de diferentes seleções do mundo. O material, obviamente, trancado em caixas com cadeado para que nenhuma empregada fique tentada a levar alguns botões para seus filhos. Guillermo, na falta de companheiros, joga uma partida todos os dias pelas manhãs, antes de ir para o trabalho. Ele criou a “Regra Colombiana”, jogada com dadinho, na qual cada técnico pode dar apenas cinco toques por equipe. Mas atenção, a coisa não é tão simples: se o dadinho tocar em algum botão da sua própria equipe, vale como toque e não há a obrigação de tocar o dadinho em cada um dos movimentos. Há impedimento e o jogador deve ser retirado dessa condição dentro dos cinco toques permitidos. E para completar tanta criatividade ele fabricou sua própria mesa em tamanho oficial que está em um sítio de sua propriedade nos arredores de Bogotá.
Foram cinco partidas. Venci as três primeiras por 4×3, 4×2 e 4×2, Guillermo venceu a quarta por 4×3 e venci a última por 4×2. Ficamos de nos encontrar na minha casa em algumas semanas para que ele conheça a regra Bola 12 Toques. Guillermo está ansioso para aprendê-la pois, me confessou, que tem um sonho de jogar um campeonato no Brasil.
Texto: José Carlos Cavalheiro